Startups e a contabilidade personalizada

Quando as startups nasceram, elas vieram acompanhadas de modelos de negócio inovadores em diversos sentidos: seja no produto desenvolvido, na forma diferente de entregar um serviço ou na cultura organizacional, que passou a dar o tom e marcar o passo nessas empresas.

Ninguém mais tem mesa definida, as equipes são modulares e se formam de acordo com o projeto em andamento, cargos nos quais nunca se ouviu falar são criados e não importa o horário de trabalho que você faça desde que bata as metas – ninguém mais marca ponto.

Somados a esses, há ainda uma série de outros aspectos das startups que fazem com que elas tenham uma dinâmica muito peculiar. Por isso mesmo, elas acabam diferindo das empresas tradicionais em relação a rotinas antes padronizadas, a exemplo de questões jurídicas, trabalhistas e contábeis.

Contabilidade tradicional

Ao abrir uma empresa, ainda hoje, é necessário categorizá-la em relação ao tipo de atividade que exerce e área de atuação. Essa lista de opções nunca foi pequena. Por outro lado, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica para empresas que estão nascendo se enquadrarem ou se identificarem com uma delas.

Sempre houve um padrão que, de certa forma, diligenciava ajustes mínimos para colocar as empresas dentro de uma dessas caixinhas, facilitando o trabalho. A medida que um negócio fosse compatível com uma delas, já havia um pacote de entrega a ser feito. As leis, regras e normas que deveriam ser seguidos por ele já estavam desenhadas e essa entrega permitia que a atuação de prestadores de serviço com esse viés de assessoria consultiva tomassem uma posição muito mais passiva nessa relação.

Essa dinâmica valia, inclusive, para as rotinas contábeis. Salvo uma ou outra diferença, as entregas de um contador ou um escritório contábil não fugiam muito de um formato padrão. Vez por outra era necessário adaptar uma tributação ou incluir um imposto a mais aqui e ali. Porém, isso vem mudando.

Mercado em transformação

Cada vez mais, startups e empresas de tecnologia vêm apresentando desafios interessantes em relação ao universo contábil. Se antes fazia sentido o contador atuar de forma remota, onde seu maior trabalho acabava sendo entender de que se tratava o negócio para ajudar o novo empreendedor a se encontrar em relação à atividade prestada, agora sua presença é fundamental.

Ao mesmo tempo em que essas novas empresas não dispõem de orçamento para incluir um contador na equipe, os sócios não podem se dar ao luxo de gastar o tempo precioso que têm para fazer o negócio acontecer teorizando ao escritório de contabilidade que o atende sobre o que sua startup é ou o que ela faz.

Algumas vezes, os novos empreendedores ainda não têm uma ideia clara do que o negócio virá a ser de fato. Outras, não sabem sequer o que precisa ser explicado. E na grande maioria delas, eles não sabem ao menos se a empresa existirá por tempo suficiente para ter valido o tempo do contador. As obrigações fiscais e tributárias, entretanto, não esperam para ver.

Contabilidade personalizada

Abraçar esse desafio é absorver essa nova dinâmica, respirar os mesmos ares dos empreendedores e sentir na pele a urgência desses novos negócios. Por isso, a atuação passiva da contabilidade tradicional tem exigido uma postura mais ativa em relação a esse tipo de prestação de serviço.

O contador tem passado mais tempo dentro das startups, observando o fluxo de trabalho de perto. Seu conhecimento em relação às rotinas contábeis, permite que ele consiga ter uma visão mais analítica, adequando as demandas que precisam ser cumpridas em relação à contabilidade ao dia a dia muito peculiar vivido por cada uma dessas empresas.

Essa customização das demandas contábeis para novos modelos de negócio requer ao contador prática, senso aguçado de estratégia e uma boa dose de predisposição a acolher o novo. Por outro lado, como bem sabe todo empreendedor que não está no curso de sua primeira viagem, possuir esse tipo de assessoria consultiva desde o início e começar a operar já com uma rotina contábil traçada aumenta – e muito – as chances de êxito de uma startup.


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